Depois de muito circular entre um questionamento e outro, com a alma aliviada respiro por ter a destreza necessária para aprender com a vida a façanha de trazer meus sentimentos à baila. Tenho por eles um inestimável apreço; vivo por eles sem medo ou vergonha; sinto-os percorrendo suavemente o caminho de minhas veias. Eles necessitam ser tocados; vivenciados com intensidade; transformados em realidade e abraçados com verdade.

Aprende que a vida ensina o valor de cada coisa, selecionando o lado bom e o ruim das emoções vivenciadas. Aprende a não desperdiçar nenhum instante de ternura e abraçar com coragem, tudo aquilo que derrama sobre a nossa vivência. Que reciclar decepções e transformar os sentimentos é bom; que tocar a vida para sentir a sua textura delicada, produz na alma um encantamento sutil diante das verdadeiras possibilidades; um encantamento que confere a minha existência efêmera, um pouco mais de sabedoria. Sabedoria para não ser mais surpreendida, quando algo é oferecido como um estranho ato de generosidade.

Não é fácil ser inteiro diante de circunstâncias adversas, eu sei… Mas é que sonho com um mundo onde se tenha mais coragem, mais humanidade, mais aceitação, mais paz, mais igualdade. Um sonho onde a hipocrisia é o passarinho feio que canta do lado de fora da janela, olhando a baderna feliz, mas sem coragem de mudar o canto para entrar. Sonho também com o amor mais declarado. Amor transbordado. De gente pra gente. Amor com felicidade, pelo simples ato de amar e ser amado por ser quem somos, e somente.

Não desejo menos impulso, talvez até devesse, mas penso que é exatamente esse impulso que nos revela; e leva alguém a nos amar. E digo mais: Arrisco que é no momento de erro que conseguimos acertar, aquele acerto em cheio que nos convoca a uma verdadeira revolução interna. Por isso não o excluiria, mas ressalvo… O diminuiria a passo pequeno, discreto e leve como o de uma bailarina; sem agigantar sua miudeza, tampouco ocultar sua preciosidade.

Universalize seu pensamento!

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