Tenho uma bússola desordenada dentro do peito, que me guia e me faz ir além do infinito da palavra, para descobrir territórios ainda não explorados pelos seus inúmeros significados.

Penso sobre minhas expectativas e inquietações, porque delas, eu mesma sei. Ou talvez não. Falo de culpas e desculpas, sem culpa. Cultivo estranhezas e preocupações tão inúteis quanto nadar contra a minha própria correnteza emocional – o conflito é certo e o esforço desgastante. Mas, confesso que estou aprendendo a ser fluida; a não entortar um músculo sequer, medindo forças com os pesos que adornam a minha própria personalidade. É melhor saber de si, em silêncio, quando ninguém mais sabe. É melhor reconhecer seus avessos e dominar-se, antes que uma pessoa qualquer, assuma o comando e faça.

Eu também cultivo pedras. Outro hábito estranho adquirido nos primeiros tropeços. Tropeçando eu descobri que a vida é uma enorme pedra que, por intuição, lapidamos todos os dias até transformá-la em arte. E por fruição, somos convencidos por ela, a experimentar doces sensações que insinuam aquilo que talvez seja a tal da felicidade. Se a vida é pedra, a felicidade é líquida. E escorre entre os dedos, logo na primeira tentativa. Pois é… além de cultivar pedras, eu falo de discordâncias.

Escrevo por insistência, porque não aprendi calar o verbo; dobrar sentimentos; aguardar sonhos. Escrevo sobre o que me norteia e desnorteia, por algum motivo. Questiono sobre as coisas que continuam, enquanto eu, pequena demais para a imensidão do mundo, paraliso. Ou grande demais para caber em um único sentimento, transbordo. Evito pesos, além do meu próprio peso. E quando peso demais e me afogo nos meus medos, eu me desafogo é no riso.

Sim, eu sou feita de expectativas e inquietações. Sou um ponto de interrogação bem no meio da dúvida. E se voo por aí, incerta, é por que preciso das certezas para poder pousar e ficar. Ficar bem… Claro que ficaria tudo bem. Ficaria se não houvesse aquela compulsão imensa por mais e sempre mais. Se a ausência da expectativa pela próxima vez se fizesse presente. Se tudo fosse mais previsível e menos qualquer coisa. Mas por se tratar da vida, então nunca sabe-se ao certo o que esperar.

Universalize seu pensamento!

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